A Prefeitura de Sobral, por meio da Secretaria da Saúde e da Célula de Vigilância em Saúde Ambiental, promoveu uma coleta amostral da água destinada ao consumo humano do Município para observar a existência, ou não, de agrotóxicos. O material será analisado pelo Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC).

A ação ocorre em cumprimento a Portaria GM/MS nº 2.914, que estabelece a obrigatoriedade do monitoramento de agrotóxicos na água para consumo humano, bem como o estabelecimento do Valor Máximo Permitido (VMP) para 64 substâncias químicas que representam riscos à saúde (27 são agrotóxicos).

Uma das preocupações é a contaminação dos mananciais, que dificulta o tratamento da água, em virtude, principalmente, da eventual necessidade de tecnologias mais complexas do que aquelas normalmente utilizadas para a potabilização.

A avaliação dos potenciais riscos associados à exposição humana relacionada aos agrotóxicos é de responsabilidade do setor da saúde, por meio do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), em articulação com Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e com os responsáveis pelo abastecimento de água.

A exposição humana aos agrotóxicos representa um problema de saúde pública, para o qual o setor da saúde vem buscando definir e implementar ações voltadas para atenção integral à saúde das populações expostas a agrotóxicos.

No final de 2015 a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) apontou que o Ceará é o terceiro estado que mais consome agrotóxicos no Brasil, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. O mesmo estudo estima ainda que, para cada US$ 1 gasto na compra de um agrotóxico, US$ 1,28 é despendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar a pessoa intoxicada pelo produto. O Brasil, desde o ano de 2009, é considerado o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

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