Em uma sociedade em permanente mudança, a conversa acerca de inclusão e diversidade adquire destaque em todas as esferas, inclusive na área da saúde e na iniciativa do Novembro Azul, que visa prevenir e conscientizar sobre o câncer de próstata. Pensando nisso, nesta quinta-feira (23/11), o Centro de Referência em Infectologia de Sobral (Cris), em parceria com o Centro de Especialidades Médicas (CEM), com apoio do núcleo da Diversidade Sexual da Secretaria dos Direitos Humanos e Assistência Social (Sedhas), em uma iniciativa inédita, ofertou exames preventivos do câncer de próstata e consultas com o urologista para mulheres trans, travestis e homens cisgênero (gays, bissexuais e pansexuais) que são atendidos na unidade.

A campanha Novembro Azul é uma iniciativa de sensibilização sobre a relevância da saúde masculina, em especial acerca da prevenção do câncer de próstata. Apesar de ser voltado para os homens, é crucial envolver as mulheres trans e travestis nesse diálogo, fomentar o conhecimento e o acesso aos exames preventivos para todos, independentemente da identidade de gênero.

A ação contou com um momento de lanche e confraternização entre os presentes, recepcionados pela gerente do Cris, Sandra Flor, que incentivou que as mulheres se apresentassem e formassem esse vínculo, destacando que a unidade de saúde está de portas abertas para receber todas.

No Centro, os pacientes foram atendidos pelo médico urologista Guilherme Tiburtino, que alertou sobre a importância do cuidado com a saúde periodicamente. “O câncer de próstata na sua fase inicial não tem sintomas tão evidentes, por isso a importância de conhecer o seu corpo e realizar exames preventivos”, reiterou.

O chefe de núcleo da Diversidade Sexual da Secretaria dos Direitos Humanos e da Assistência Social (Sedhas), Rogers Sabóia, falou sobre a importância da iniciativa. “O Cris é um ambiente seguro, as meninas sabem que não serão desrespeitadas pelo pronome e serão atendidas de maneira acolhedora e inclusiva”, disse.

O momento também contou com a presença da presidente do Movimento Trans e Travesti de Sobral e gestora de projetos juvenis da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, Pâmela Nara.

A identificação precoce das doenças é fundamental para um tratamento efetivo e para obtenção de resultados melhores. As mulheres trans e travestis devem ter acesso a cuidados médicos abrangentes e inclusivos.

Paula Moretti, cabeleireira, elogia a iniciativa da Secretaria da Saúde. “Estou me sentindo valorizada com essa ação e sou muito grata de estar participando desse momento”, acrescenta.

Camila Brasil, funcionária pública da Casa da Mulher Cearense, manda um recado para as mulheres trans e travestis que têm medo de procurar uma unidade de saúde. “Quebrem esse tabu, sei que não é fácil, mas hoje em dia está mais fácil para nós termos acesso aos cuidados em saúde. Cuidar de si é fundamental”.

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